*José Carlos Daltozo

1861 – Em Filadélfia, Estados Unidos, J.P.Carlton patenteou um postcard. Mas não há registros de algum exemplar editado ou circulado. Em 1870 essa patente foi transferida para H.Lipman, que iniciou a edição de postais com o título de “Lipman’s Postcard”.

1865 – O diretor geral do Correio da Confederação Alemã do Norte, Dr. Heinrich von Stephan, na Conferência Postal Germano-Austríaca, sugeriu que fosse criada uma forma de correspondência oficial que pudesse ser enviada aberta, sem sigilo, com uma tarifa menor. Sua sugestão não logrou êxito, embora o Correio naquela época não fizesse objeção alguma ao envio de mensagens abertas por quem quer que fosse.

01.10.1869 – Atendendo sugestão do professor de economia política Dr. Emmanuel Hermann, feita em 29 de janeiro de 1869 num artigo de jornal, o Correio da Áustria oficializou e colocou à venda o primeiro “Correspondenz Karte”. Essa data marca, portanto, o surgimento oficial do cartão-postal no mundo. A idéia foi baratear os altos custos da tarifa postal, pois ele foi lançado custando cinquenta por cento do valor da remessa simples. Era uma simples cartolina, numa das faces o selo pré-impresso no canto superior direito e espaços para o endereço do destinatário. No outro lado, totalmente em branco, para a mensagem.

1870 – A idéia do cartão-postal logo se espalhou pela Europa. Nesse ano, foi adotado pelos Correios da Alemanha, Inglaterra, Suiça e Luxemburgo.

1871 – Adoção do cartão-postal pelo Correio da Holanda, Bélgica, Dinamarca e Canadá.

1872 – O postal foi autorizado a circular pelos Correios da Suécia, Noruega, Rússia e Ceilão.

1873 – Foi a fez da França, Estados Unidos, Chile, Sérvia, Romênia e Espanha. A Itália adotou-o em 1874, o Japão em 1875, Portugal em 1876 e Argentina em 1878. A União Postal Universal adotou-o em 1875 e fixou tarifa única para todos os países.

28.04.1880 – Finalmente o cartão-postal é adotado no Brasil. Tinha o nome de bilhete postal e sua criação e circulação foi autorizada pelo Decreto 7.695, de 28 de abril de 1880. A impressão era exclusividade do Correio do Império, com o porte declarado nas armas imperiais estampadas no alto. Havia três classes. Uma, de cor vermelha, para a correspondência urbana, preço de vinte réis. Outra, cor azul, para a correspondência no interior das Províncias do Império Brasileiro, preço de 50 réis (metade do porte de uma carta simples). O terceiro porte, cor laranja, para a correspondência internacional, custando 80 réis. Havia possibilidade do remetente pagar o porte de remessa e resposta, nesse caso custava o dobro do valor dos três portes citados anteriormente.

1884 – A aceitação do postal no Brasil foi muito grande, pois passados apenas quatro anos de sua criação, tendo como exemplo o Rio de Janeiro, sua circulação quase ultrapassou o número de cartas comuns. Foram 282.248 cartas particulares e 212.662 bilhetes postais (conf. Elysio Belchior, na introdução do livro “O Rio de Ontem no Cartão-Postal 1900-1930”).

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*José Carlos Daltozo, jornalista (MTb 32.709) e historiador, tem sete livros históricos publicados. Membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e da Academia Venceslauense de Letras. Blog: http://jcdaltozo.blog.uol.com.br Contato pelo e-mail jcdaltozo@uol.com.br